Olá pra todos, me desculpem a ausencia... mas vida de negócios não é facil.
Como prometido irei trazer relatos de pessoas que me escrevem ou que eu acho pela minha vida a fora.
Hoje conheceremos a história de Yago, um pai que descobriu na dor a importancia que tinha seu filho GAY.
Deixem comentários:
Yago Sales
– Quero apenas a felicidade pai!
– Não aceito um filho gay. Prefiro sua morte a isso.
– Então morrerei – Despediu-se com lágrimas de dor.
Assim foi o último diálogo que tive com meu filho Felipe. Ele tinha 18
anos quando veio com a história de que estava namorando. Fiquei feliz.
Muito mesmo. Mas quando soube que ele trocava caricias com um homem,
agi como um cão em fúria. Esgoelei, ofendi e o deixei escapar do meu
amor.
Felipe era muito inteligente. Lia de tudo. Era muito conhecido na
cidade por ser caridoso, alegre, gentil. Escrevia e recitava poemas em
teatros, escolas. Eu sempre desconfiei o fato de que ele só escrevesse.
Não namorava, tampouco participava de jogos de futebol. Isolava-se
entre o computador e a escola. Tinha apenas uma amiga, Jane, uma
sapatão que vivia de mãos dadas com garotas do bairro.
Às
vezes meu Felipe era voluntário na arte de fazer sorrir. Bastava
pintar o rosto e colocar um nariz de palhaço e estava pronto para
incendiar o hospital de câncer da cidade com gargalhadas. As
criancinhas o adoravam. Eu vislumbrava sua felicidade de longe. Achava
tudo aquilo estranho para um homem de verdade, mas entreguei-me ao
orgulho de tê-lo como filho.
Fabricia,
mãe de Felipe, nos deixou quando o garoto estava com cinco aninhos.
Ela saia de casa quando escorregou e bateu a cabeça no meio fio.
Morreu, após ficar por alguns dias no hospital. Felipe sofreu a perda
da mãe de tal forma que escrevera um livro em homenagem a ela – esse
jamais saiu dos arquivos do computador.
Os
anos iam passando e eu sempre achei estranho o Felipe não ter se
dedicado a nada daquilo que os garotões faziam. Embebedar-se, pegar o
carro e sair com garotas. Ele sempre estava reservado no quarto escuro e
oco. Muitas vezes o disse que seu quarto não fazia jus ao que ele era.
O cômodo sempre escuro não transmitia a felicidade daquele bobo
alegre. No Ambiente entristecedor, saiam textos tristes e gritantes.
Dia
15 de janeiro, estávamos postos ao jantar. Esmeralda, nossa empregada
trazia uma lasanha feita exclusivamente ao Felipe. Aquele era seu prato
favorito. Ele me chamou à atenção pelo olhar descontrolado.
– O que foi Felipe?
– Vou te confidenciar uma coisa.
– Pois então fale.
Silêncio.
– Vamos você está me deixando apreensivo Felipe.
Eu
já imaginava o que ele me contaria. Minhas mãos minavam um liquido
gelado e anunciador do nervosismo. Meu sangue desaparecia, meu coração
corroia-se em dor.
Felipe
me contou. O desestimulei a viver. Disse que preferiria vê-lo
estrebuchado numa longa caixa de madeira envernizada, do que ter um
filho agarrado encima do meu sofá com outro homem.
48
horas depois daquela conversa, estávamos eu e toda minha família, seus
amigos, e até um garoto bonito e forte com pinta de bicha, deixando o
cemitério, e ali, Felipe, ficava ao lado da mãe.
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